quinta-feira, 1 de setembro de 2011

As Mulheres Cientistas da Antiguidade

Estava conversando ontem com minha amiga Marília, que escreve aqui, e ela me deu um toque pra postagem de hoje. Decidi agrupar essas mulheres porque as informações sobre elas são muito escassas.

Merit Ptah (cerca de 2700 aC)
Merit foi uma cientista egípcia, considerada a primeira médica do mundo. Sabemos disso pela inscrição encontrada numa tumba na necrópole a pirâmide de Saqqara. Seu filho, um alto sacerdote, a descreveu como "Médica-Chefe". Essa inscrição faz Merit ser a primeira mulher de ciência a ter o nome preservado.


Merit, com o nariz machucado

Peseshet (? viveu depois da Merit)
Peseshet também era médica, provavelmente parteira. Viveu no egito, durante a quarta dinastia. Recebeu o título de "A supervisora das mulheres médicas".


Peseshet trampando sem perder a elegância

Aglaonike (século II aC)
Nascida na Tessália, Aglaonike é conhecida como a primeira mulher astrônoma da Grécia Antiga. Ela é mencionada numa escrito de Plutarco, que diz que ela observava os céus, e predisse a hora e o local que um eclipse lunar ocorreu.

Aglaonike viajando nas estrelas
 Agnodice (séc IV aC)
Agnodice ou Agnodike foi a mais antiga mulher da antiga Grécia a ser mencionada pelos gregos.
Natural de Atenas, aonde havia proibição legal para mulheres estudarem medicina De acordo com Gaio Julio, Agnodice disfarçou-se com roupas masculinas para assitir as aulas de Hierófilos, dedicando-se principalmente ao estudo da obstetrícia e da ginecologia.
Mulheres recusavam-na até que confessasse que era mulher. Quando começou a atuar, com muito sucesso, despertou a inveja de outros, pelos quais foi então intimada no Areópago e acusada de corrupção moral dos pacientes. Ao refutar as acusações fazendo-se revelar como mulher, foi imediatamente acusada de violar a lei; foi daí que as mulheres de chefes atenienses, atendidas por ela, responderam em seu nome e conquistaram a abolição da lei; a partir disso mulheres foram autorizadas a praticar a medicina e a serem remuneradas por isso.

 Agonodice ajudando a nova mamãe

 Teano (século IV aC)
Teano foi uma matemática e filósofa, filha de Pitonax de Creta, um físico e filósofo seguidor do orfismo. Teano foi aluna de Pitágoras e supõe-se que tenha sido sua mulher. Acredita-se que ela e as duas filhas tenham assumido a escola pitagórica após a morte do marido. Na escola grega conduzida por Pitágoras havia muitas mulheres acadêmicas e mestras. Os que participavam da escola viviam de maneira pública e publicavam os trabalhos todos sob o nome de Pitágoras (que pilantra esse Pitágoras, né!). Assim, hoje torna-se difícil determinar cada trabalho individualmente. Dentro da tradição pitagórica, Teano considerava que tudo que existe por ser distinto numericamente. O número é o princípio da realidade e da individualidade.

Teano, provavelmente pensando "meu, como esse meu marido é chato!"

Temistocléia (cerca de 600 aC)
Themistokleia foi uma filósofa, matemática e alta profetisa de Delfos um dos mais importantes oráculos da antiguidade grega. Ela é considerada a mestra de Pitágoras, que é chamado de o "pai da filosofia", visto que foi ele que cunhou o termo "filosofia". Também é chamada de "a primeira mulher filósofa", já que essa galera pré Sócrates transitavam sem crises entre ciência e mitologia.

Temistocléia, cheia de mistérios (a imagem à direita eu não descobri a autoria. Se alguém souber, fala aí)

 Maria - A Judia (por volta de 273 aC)
Também conhecida como Maria - a Profetisa, foi uma antiga filósofa grega e famosa alquimista que viveu no Egito. Alguns a situam na época de Aristóteles, uma vez que a concepção aristotélica dos quatro elementos formadores do mundo (o fogo, o ar, a terra e a água) condiz bastante com as idéias alquimistas de Maria, como o axioma de Maria: «o Um torna-se Dois, o Dois torna-se Três, e do terceiro nasce o Um como Quatro». Segundo Aristóteles, o enxofre era considerado a expressão do elemento fogo, e Maria o tomou como base para os principais processos que estudou. Ela menciona o enxofre em frases sempre misteriosas, como «uma pedra que não é pedra» e «tão comum que ninguém a consegue identificar». Maria conta que Deus lhe revelou uma maneira de calcinar cobre com enxofre para produzir ouro. Esse enxofre era obtido do disulfeto de arsênico, que é achado em minas de ouro. Talvez tenha sido essa a origem da lenda da transformação de metais menos nobres em ouro.

Dentre as invenções de Maria estão o kerotakis, uma espécie de barril fechado e o banho de vapor : para um aquecimento lento e gradual dos experimentos, em vez de manipular as substâncias diretamente no fogo, ela descobriu que era possível controlar melhor a temperatura se fosse por meio da água - que até hoje chamamos de banho-maria. . Para além disso dois equipamentos de destilação, com duas ou três saídas para destilados — o dibikos e o tribikos — e um aparelho para sublimação, sendo-lhe ainda atribuída a descoberta do ácido clorídrico.

Maria - A Judia


Hipátia (cerca de 355 - 415)
Criada em um ambiente de idéias e filosofia, tinha uma forte ligação com o pai, que lhe transmitiu, além de conhecimentos, a forte paixão pela busca de respostas para o desconhecido. Diz-se que ela, sob tutela e orientação paternas, submetia-se a uma rigorosa disciplina física, para atingir o ideal helênico de ter a mente sã em um corpo são. Hipátia estudou na Academia de Alexandria, onde devorava conhecimento: matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes. A oratória e a retórica também não foram descuidadas.

Aos 30 anos já era diretora da Academia, sendo muitas as obras que escreveu nesse período. Ficou famosa por ser uma grande solucionadora de problemas. Matemáticos confusos, com algum problema em especial, escreviam-lhe pedindo uma solução. E ela raramente os desapontava. Obcecada pelo processo de demonstração lógica, quando lhe perguntavam porque jamais se casara, respondia que já era casada com a verdade.

Vivendo num ambiente tenso e violento, onde os conflitos entre cristão e pagãos eram constantes, a pensadora pagaria com a vida pelas suas idéias. Numa tarde de março de 415, quando regressava do Museu, Hipátia foi atacada em plena rua por uma turba de cristãos enfurecidos. Ela foi golpeada, desnudada e arrastada pelas ruas da cidade até uma igreja. No interior do templo, foi cruelmente torturada até a morte, tendo o corpo dilacerado por conchas de ostras (ou cacos de cerâmica, segundo outra versão). Depois de morta, o corpo foi lançado a uma fogueira.

 Hipátia, por Rafael.

 Hipátia, por Gasparo



Um comentário:

  1. Eeeeeee! \o/
    Que bom! Mas fica a dica que meu blog mais conhecido é o www.mulheralternativa.net
    hehehe

    Beijao!

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