segunda-feira, 28 de maio de 2012

Pioneiras da Tatuagem

Faz algum tempo que eu escrevi sobre a australiana tatuada, nascida em 1940, a Cindy Ray, aqui no blog. Hoje eu vou falar sobre outras mulheres que também piram nas tattoos, mulheres que marcaram seus corpos com tinta, numa época que tatuagens eram marcas exclusivas de presidiários e marinheiros. Dada a escassez de informações, juntei todas aqui nesse post.

Nora Hildebrandt



Nascida por volta de 1850, Nora é considerada a primeira mulher tatuada a se apresentar nos Estados Unidos. Quem a tatuou foi seu pai, que havia se estabelecido em Nova Iorque em 1846. Começou a se apresentar em museus e feiras de curiosidades em 1882, e nessa época já contava com 365 tatuagens. Forjada para o espetáculo, contava que ela e o pai foram mantidos em cativeiro pelo índio Touro Sentado, e que, mantida amarrada a uma árvore, foi tatuada todos os dias, durante um ano inteiro. Fazia um sucesso danado com a platéia, e em algumas apresentações seu pai lhe fazia novas tattoos no corpo. Excursionou num circo em seus últimos anos. Morreu em 1893.


Irene Woodward



Nascida em 1862, e conhecida como La Belle Irene, começou a se apresentar em Nova Iorque no mesmo ano que Nora. Aliás, a fama de Irene ofuscou totalmente a da Nora. No começo de sua carreira nos palcos, ela contava uma história muito parecida com a de Nora, onde ela havia sido marcada por índios no Texas. Mas depois assumiu que era seu pai que a tatuava, não forçadamente, mas pq quis. Também foi tatuada por diversos outros artistas. Em 1883 se casou, teve um filho e passou 15 anos num circo. Morreu em 1915.


Emma de Burgh




Nascida Emma Kohl, é considerada uma das obras primas de Samuel O´Reilly (o inventor da máquina de tatuar elétrica). Suas tattoos abarcavam temas patrióticos e religiosos. No fim do séc. XIX, junto com seu marido Frank, viajou pela Europa, se apresentado com muito sucesso. Isso é tudo o que pude encontrar de informações sobre ela.


Lady Viola








Nascida Ethel Martin, em 1898, no estado do Kentucky, foi pressionada pelo pai a cursar enfermagem. Após se formar, Ethel começou a se tatuar com Frank Graf, que fechou seu corpo em 1920. Ela começou a se apresentar em circos, de costa a costa do país, ficando conhecida como a mulher tatuada mais bonita do mundo. Ela tinha tatuagens de flores, onde no meio haviam vários retratos de pessoas famosas. Um trabalho notável e minucioso. Ela costumada excursionar no verão, e era também tatuadora, praticando o ofício durante o inverno. Montou, com o marido, seu próprio estúdio de tatuagem em 1969, e permaneceu se apresentando em circos e museus até os 73 anos. Morreu em 1977, cercada por 9 filhos e muitos netos.


Artoria Gibbons






Artoria (nascida Anna Mae Burlingston) nasceu numa família muito pobre, em Wisconsin, em 1893. Aos 14 anos decidiu sair de casa, e foi trabalhar como empregada doméstica em Washington. Lá, numa de suas visitas ao circo encontrou Red Gibbons, um tatuador que lhe fez uma proposta. Se ela o deixasse tatuar, poderia viajar pelo mundo com o circo, além de ser paga por isso. Foi o que ela fez, casando-se com Red pouco tempo depois. Começou a excursionar em 1920, e quando não estava viajando vivia na Califórnia. Era uma mulher muito religiosa, membro da igreja Episcopal. A partir dos anos 70 começou a se apresentar num tipo de circo cristão, onde era anunciada como uma "monstruosidade feita pelo homem". Se aposentou em 1981 e morreu em 1985.


May Vandermark




Nascida na Pensilvânia, foi pra Nova Iorque em 1924 para trabalhar como estenógrafa. Reza a lenda que, enquanto nadava em Coney Island, viu uma borboleta tatuada num ombro de alguém e pensou: eu preciso de uma dessas! Conheceu a tatuada Lotta Pictoria, que a convenceu a se tatuar também, o que ela fez com o lendário Charles Wagner. Se apresentou em shows em fins de 1920.


Lotta Pictoria




Nascida Victoria James, Lotta foi tatuada por Charles Wagner nos anos 1920, e foi amiga de May Vandermark. Foi o máximo de informações que eu encontrei sobre ela.


Betty Broadbent





Nascida na Filadélfia, em 1909, Lilian Sue Brown trabalhou como babá durante a adolescência e casou-se com um cowboy aos 19 anos, mas o casamento não durou. Passava o tempo todo na praia, e foi lá que conheceu um tatuador, o que a levou atingir a marca de 350 tatuagens. Começou a se apresentar em um circo em 1927, e permaneceu no mundo dos espetáculos por 40 anos. Foi a primeira pessoa incluída no Hall da Fama das Tatuagens, e morreu em 1983, enquanto dormia.


Elizabeth Weinzirl


Nascida em 1904, começou a se tatuar nos anos de 1940, com o lendário Bert Grimm. Não achei muita informação sobre ela, mas é uma das raras mulheres dos primórdios da tattoo a terem sido filmadas. Taí o vídeo:


Ela morreu em 1993.


Krystyne Kolorful



Nascida em 1952, no norte do Canadá, é muito difícil encontrar informações sobre essa dançarina exótica, embora ela tenha entrado pro Guinness como a mulher mais tatuada do mundo, com 95% do corpo coberto (hoje ela divide essa marca com Julia Gnuse). Ela entrou pela primeira vez no Guinness em 1988, mas já faz parte de uma geração que vive menos preconceito com as tattoos.


Julia Gnuse



E fechando essa honrosa galeria, a americana Julia Gnuse, nascida em 1959. Ela tinha um problema de pele, que causava bolhas em sua pele, que estouravam e criavam cicatrizes. Foi por isso que ela começou a fazer tatuagens, e hoje tá aí com 95% da pele tatuada.



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