quinta-feira, 21 de junho de 2012

Amalie Noether

Texto escrito por Natalie Angier, para o The New York Times, traduzido por Raquel Sodré (pô, com essa chuvinha eu prefiro ficar na cama lendo do que na frente desse pc escrevendo).


Cientistas são, notadamente, um grupo anônimo. No entanto, poucos conseguem se equiparar à profundidade do injusto anonimato de Amalie Noether, gênio da matemática do século XX. 

Ela inventou um teorema que uniu, com concisão magistral, dois pilares conceituais da física: a simetria na natureza e as leis universais de conservação. Alguns consideram o Teorema de Noether - como é chamado atualmente - tão importante quanto a Teoria da Relatividade de Einstein. Seu teorema fundamenta muitas das pesquisas de vanguarda da física, incluindo o onipotente Bóson de Higgs - partícula fundamental, surgida no Big Bang, que explicaria a origem da matéria. 

Ainda assim, Noether permanece amplamente desconhecida, não só para o público em geral como também dentro da própria comunidade científica. 



Noether nasceu em Erlangen, Alemanha, em 1882. Com seu amor pelos números e um robusto senso de humor, ela conseguiu superar algumas incapacitações severas: primeiro, ser mulher na Alemanha, em uma época em que a maioria das universidades alemãs não aceitava alunas ou contratava professoras. Havia ainda o fato de ser uma pacifista judia em meio à ascensão dos nazistas ao poder. 

Passando por todos esses desafios, Noether era uma matemática bastante produtiva, tendo publicado inúmeros artigos - algumas vezes, com um pseudônimo masculino - nos campos da álgebra abstrata. 

Quando aplicou suas equações ao mundo ao seu redor, ela descobriu algumas regras básicas, como a relação que há entre tempo e energia. 



Noether veio de uma família ligada à matemática - seu pai era um conhecido professor. Emmy, como ela também foi conhecida por toda a vida, logo se interessou pelo tema. Impedida de se matricular formalmente na Universidade de Erlangen, ela simplesmente frequentou todas as aulas e acabou se saindo tão bem em suas provas finais que recebeu o equivalente a um diploma de bacharel. Ela continuou os estudos, concluiu com louvor o doutorado e conheceu os matemáticos mais influentes da época. 

Com a ascensão do Nazismo, ela foi um dos primeiros cientistas judeus a serem demitidos de seus cargos e forçados a deixar a Alemanha. Com a ajuda de Albert Einstein, em 1933, ela conseguiu um emprego na Faculdade Bryn Mawr, nos, Estados Unidos. Dezoito meses depois, com 53 anos de idade, Noether passou por uma operação para a retirada de um cisto no ovário e morreu poucos dias depois
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