sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mariel Clayton

Quando eu bati o olho no trabalho dessa canadense que prefere não divulgar sua foto por aí, fiquei fascinado, ao mesmo tempo que caía na gargalhada. Afinal, aquela era a Barbie, o boneca dondoca por excelência, imersa num universo sangrento, problemático, violento. Enfim, é a Barbie inserida no mundo real.



O trabalho de Mariel é basicamente composto de fotografia de bonecas, uma modalidade que [ainda bem] se torna cada vez mais comum no mundo das artes. E certamente seus trabalhos mais populares são aqueles em que a adorada Barbie aparece como protagonista, geralmente se vingando do Ken.

A fotógrafa odeia a idéia de mulher perfeita que a boneca passa às crianças, mulher essa que não tem nenhuma característica de uma mulher que exista no mundo real. O artificialismo extremo dessas bonecas é atacado quando são colocadas em situações extremas de violência. Todo um universo de perfeição é despedaçado e dacaptado, restando apenas um certo amargos de sonhos desfeitos.



“O que é ser uma menina? Seria isso ser alguém sem sal e com peitos chegando aos ouvidos? Será que viver na cozinha ou trocar de roupas pela enésima vez faria Ken achá-la mais bonita e atraente?"


Mas mesmo com todas essas leituras possíveis, Mariel afirma que iniciou o trabalho somente pra se divertir. O fato de ter retratado a boneca matando Ken diversas vezes não é nenhum indício de ódio aos homens. Ela apenas acha interessante a idéia de que por trás daquele sorrisinho cheio de batom e dentes perfeitos existe uma psicopata prestes a explodir. Em suas palavras:


Porque eu odeio a Barbie. Eu não gosto do estereótipo da “mulher ideal” que não se encaixa na imagem da mulher atual. Você não será uma Barbie sem um oceano de água oxigenada, 27 cirurgias plásticas e uma completa falta de inteligência, e me irrita o fato deste ser o brinquedo escolhido por muitas mulheres para presentear as suas filhas.
Pelo menos os brinquedos dos meninos como GI Joe (Comandos em Ação) e Action Man, são personagens que têm profundidade, personalidade e objetivo, digno de histórias imaginárias. Barbie não tem nada, exceto roupas e “ser uma menina”, mas o que é ser uma menina? Seria ser alguém sem sal e com peitos chegando aos ouvidos? Será que viver na cozinha ou trocar de roupas pela enésima vez faria Ken achá-la mais bonita e atraente?










 Avessa a idéia de que seu trabalho é feminista, prefere defender um equilíbrio que resguarde as diferenças entre os sexos, sem retratar os homens como crianças imaturas que não tem nada a contribuir. Aliás, costuma  ter o trabalho melhor reconhecido entre os homens que entre as mulheres. Segundo ela, os homens captam melhor seu humor, enquanto as mulheres enchem sua caixa de email chamando-a de perturbada, desequilibrada e aconselhando-a a buscar ajuda psiquiátrica.































Seja como for, dê um pulinho no site dela e conheça mais seu trabalho. E tem muita coisa no tumblr também.





Um comentário:

  1. Achei muito divertido o trabalho dela...quanto ao sorriso da barbie, desde que vi o filme Mulheres Perfeitas, não consigo dissociar uma imagem da outra.

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