sexta-feira, 25 de maio de 2012

Voltairine de Cleyre


Nascida em 1866, Voltairine de Cleyre é uma das mulheres que se destacaram durante a chamada primeira onda do feminismo. A título de explicação prévia, o feminismo costuma ser dividido em 3 fases, chamadas ondas: a primeira iniciando em fins do século XIX e início do XX lutava principalmente pelo direito de voto à mulher; a segunda a partir dos anos 60 estava alinhada aos movimentos pelos direitos civis e buscava a liberação feminina, e igualdade legal e social para as mulheres; e por fim a terceira onda, iniciada na década de 1990 é uma espécie de revisão da segunda onda, além de ser um movimento em constante construção.

Ok, agora, voltando ao foco desta postagem, Voltarine nasceu no estado de Michigan, EUA, numa família extremamente pobre, ligada ao movimento abolicionista. Alguns membros de sua família participaram de uma rede clandestina que se organizava para ajudar escravos a fugir pra terras livres. Aliás, seu nome é uma homenagem ao filósofo Voltaire.

(fique em dúvida se é ela mesmo, mas por via das dúvidas decidi postar. Pelo que pesquisei, a foto foi scaneada da biografia dela)

Como a família não podia bancar todo mundo em casa, assim que entrou na adolescência foi mandada pra um convento católico. A experiência foi um inferno, e a aproximou muito mais do ateísmo do que do cristianismo. Fugiu várias vezes, mas era sempre capturada. Até que uma vez ela fugiu e foi pra longe da casa dos pais.

Envolveu-se e contribuiu com artigos com o movimento intelectual anticlerical Livre Pensador. Durante esse tempo, suas convicções estavam alicerçadas na lei e justiça americana. Tudo mudou em 4 de maio de 1866, durante a Revolta de Haymarket, onde, após a explosão de uma bomba perto dos policiais, estes abriram fogo sobre a massa de anarquistas. A partir de então, tornou-se anarquista.


De acordo com seu biógrafo, Paul Avrich, Voltairine tinha um talento literário maior do que qualquer outro anarquista americano. Isso a tornava uma ótima discursista e oradora, sempre zelando pela causa anarquista. Aos 24 anos teve um filho, Harry, que foi criado por um amigo livre pensador. Mas quando o garoto se recusou a viver com ele, foi mandado pra tutela do Estado.

Infelizmente sua vida é marcada por doenças e depressão, tanto que tentou suicídio em duas ocasiões. Em 1902 conseguiu se safar de uma tentativa de assassinato perpetrada por um ex-aluno com crises de insanidade. Como seqüela do atentado tinha dores de ouvido crônicas e infecção de garganta, que a prejudicava durante os discursos.

Em 1912, aos 45 anos, morreu de meningite séptica.  



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