terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Simone de Beauvoir


Dando uma passada no blogueiras feministas, vi que ontem se comemorou os 104 anos de nascimento de Simone de Beauvoir, que nasceu em 1908 e morreu em 1986. Não poderia deixar por menos, então vou apontar aqui alguns momentos que considero de maior destaque em sua importantíssima biografia. Mas, antes de começar, peço que leiam o texto escrito pela Bia, lá no blogueiras. Os comentários sobre seu pensamento e sua importância para o movimento feminista estão postos de maneira exemplar. Eu, que não sou bobo, não me atreverei a tentar escrever algo do tipo. Aqui vou me ater apenas a reunir informações sobre a mulher. http://blogueirasfeministas.com/2012/01/beauvoir-o-que-e-ser-mulher/


Nascida Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, era filha de um advogado e de uma costureira. Tinha uma irmã mais nova, que era sua única amiga. Em 1909, o avô de Simone, que era um dono de banco, faliu, e a família caiu na pobreza. Em consequência, as meninas não conseguiriam um marido, pois não havia dinheiro para o dote. O pai resolveu que elas deveriam se dedicar aos estudos, pois esta era a única maneira de escapar de uma vida miserável. Simone queria ser escritora e foi estudar filosofia, e sua irmã Hélène foi estudar pintura.



Simone estudou matemática num Instituto Católico, literatura e línguas no Instituto Saint-Marie, e filosofia na Sorbonne. Na universidade era amiga de Merleau-Ponty, Maheu e Sartre. Em 1929, aos 21 anos, Simone foi a aluna mais jovem a obter o Agrégation em filosofia. Em 1931 começou a dar aulas em uma escola secundária em Marselha.


Ainda na universidade a relação entre Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir se tornou mais estreita, e a amizade tornou-se namoro. Sartre queria se casar, mas Simone não. Ficaram juntos mesmo assim, numa relação que durou toda a vida. Mas não uma relação tradicional, já que os dois tiveram diversos amantes durante suas vidas. Era uma relação libertária, onde cada um possuía total liberdade pessoal de escolha. Um negócio raro e bonito, que funcionou muito bem para os dois.


Esse lance da sexualidade é um negócio interessante na biografia dela. Ela teve um forte relação com o escritor americano Nelson Algren, e outra longa com o diretor/escritor Claude Lanzmann. Mas as garotas também a interessavam muito, o que criou uma polêmica, pois sua fama de sedutora de garotas menores de idade era notória. Tipo, várias garotas de 17 anos e tal. Bem, até aí isso não me parece muito estranho, vide Foucault e sua fama de pegador.

Foto de Art Shay, tirada em Chicago em 1952.

Em 1943, aos 49 anos, Simone publica seu primeiro romance, O Segundo Sexo, que abalaria as estruturas do pensamento da época. Esse vídeo que vou botar aí fala um pouco sobre ela. Recomendo muito. Embora longo, é muito instrutivo e tem uns depoimentos interessantes, como o da Fernanda Montenegro.


Em 1944 publicou seu primeiro ensaio filosófico, Cinéas e Pirro, uma discussão de ética existencialista. Seu segundo ensaio, A Ética da Ambiguidade, de 1947, é uma introdução muito acessível ao existencialismo francês, em oposição ao estilo obscuro de Sartre. Nesse período de fim da segunda guerra, fundou um jornal político, junto com Sartre e Merleau-Ponty, chamado Les Temps Modernes.


Em 1954 publicou Os Mandarins, que ganhou o prêmio literário máximo da França. Nos anos 50 e 60 ela publicou muitos diários de viagens aos Estados Unidos e China, assim como diversos contos, e sua autobiografia em quatro volumes. Nos aos 70 tornou-se ativa no movimento francês de Libertação Feminina. Uma das coisas interessantes do movimento rolou em 71, onde ela recolheu uma lista de 343 assinaturas de mulheres famosas que haviam cometido abortos. Isso pq era pensamento corrente de que as mulheres não faziam aborto, mas como esse assunto era tabu, não havia dados seguros. Em 1974 o aborto foi legalizado na França.


Simone morreu em Paris, aos 78 anos. Foi enterrada ao lado de Sartre, em Montparnasse.


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