Também conhecida como Lady Day.
A musa suprema do Jazz.
Eleanor Fagan Gough nasceu em Baltimore, em 1915. Seu pai
era um guitarrista e banjonista de apenas quinze anos, que abandonou a filha
pequena pra cair no mundo, fazendo seu som. Sua mãe tinha treze anos, e durante
os dez primeiros anos da filha a deixava com amigos e vizinhos pra poder
trabalhar.
Billie fugia frequentemente da escola, e antes dos 10 anos
foi enviada pra um reformatório católico, onde permaneceu por nove meses. Saiu,
e foi ficar sob cuidados de um vizinho, enquanto a mãe viajava trabalhando. Quando
retornou, a mãe descobriu que o vizinho, Wilbur Rich, estava estuprando sua
filha. Ele foi preso e a menina mandada novamente pro reformatório, como
testemunha do Estado em caso de estupro. Neste ano, abandonou a escola de vez.
Quando saiu, aos 12, foi lavar o chão de um prostíbulo, com
a mãe. Foi nessa época que ouviu pela primeira vez as gravações de Louis
Armstrong e Bessie Smith. Em 1928 se mudaram para o Harlem, em Nova Iorque. Lá
chegando, sua mãe foi trabalhar em um bordel, como prostituta. E Billie, que
ainda não tinha completado 14, também, cobrando 5 dólares a hora. Em 1929 a
polícia apareceu e prendeu as duas, que permaneceram encarceradas por cinco
meses.
Sem nenhum dinheiro e desesperada, a garota saiu pelos bares
à procura de emprego. Foi chamada pra dançar, mas foi um desastre. Um pianista
ficou compadecido, e perguntou se a garota sabia cantar. Saiu de lá com emprego
fixo.
Billie nunca teve educação formal de música, tudo o que
conhecia foi o que havia escutado nos tempos do bordel. Mas após 3 anos cantando
em bares gravou seu primeiro disco, já usando seu nome artístico de Billie
Holiday.
Foi a primeira negra a cantar com uma banda de brancos, em
plena era de segregação nos anos 30 – o que não a fez imune ao preconceito
racial, evidentemente. Sua voz levemente rouca, sensual e profundamente emotiva
garantiram inúmeras músicas de sucesso, e grandes vendas. Fez muitas turnês por
casas noturnas, geralmente viajando em condições precárias. Tornou-se grande
amiga de Ella Fitzigerald, embora a mídia houvesse criado uma rivalidade entre
elas.
Em 1946, participou de seu único grande filme em Hollywood,
New Orleans. Nessa época, seus problemas com drogas já eram crescentes. Elas
ganhava mais de mil dólares por semana, e gastava quase tudo em heroína. Em 47
ela foi presa por posse de narcóticos, em seu apartamento em Nova Iorque. Foi
condenada e presa, mas logo libertada por bom comportamento. Sua popularidade
era altíssima.
Foi presa novamente em 1949, desta vez condenada a não mais
tocar em lugares que vendessem bebidas alcoólicas. O que foi um grande problema,
pois eram esses lugares que melhor pagavam. Billie não recebia muito dinheiro
dos discos que vendia, e por isso sua vida financeira decaiu drasticamente.
Em 1956, publica sua autobiografia, Lady Sings the Blues.
No início de 1959 descobre que tem cirrose no fígado e
para de beber. Mas volta violentamente após algumas semanas. Em maio, já havia
emagrecido 20 quilos, e foi internada no hospital. Foi presa novamente por
posse de drogas, e como não podia ser removida da cama, a polícia ficou na
porta do seu quarto até sua morte, em 17 de julho de 1959.
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