Aos 85 anos, em sua última foto.
Chiquinha Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro, em 1847, filha
de um general do exército e de uma negra pobre. Mesmo sem grandes condições
financeiras, sua família lhe proporcionou uma educação burguesa. Estudou
cálculo, inglês e religião com o Cônego Trindade, o melhor professor da época.
E estudou música com o Maestro Lobo, muito conhecido na época. Dedicava-se
muito a essa última, compondo sua primeira música aos 11 anos, uma canção
natalina chamada Canção dos Pastores. Desde muito cedo frequentava rodas de
lundu e umbigada, que eram rodas musicais de escravos.
Com 1 ano de idade, no colo da mãe.
Aos 16 anos, seguindo as exigências do pai, casou-se com um
rico oficial da marinha, oito anos mais velha que ela. No ano seguinte nasce
seu primeiro filho, João, e no seguinte sua filha, Maria. Com gênio forte e
decidido, Chiquinha continua se dedicando ao piano, pra desagrado do marido,
compondo valsas e polcas. Em 1867 nasce seu terceiro filho, e o casamento passa
a se tornar insustentável, dada as ordens de seu marido pra que Chiquinha não
se envolvesse com música.
Aos 18.
E então, no meio de uma sociedade machista, preconceituosa e
hipócrita, Chiquinha se separa do marido, perdendo a guarda de seus dois filhos
mais velhos. Reencontra então um antigo namorado de juventude, o engenheiro
João, com quem viveu muitos anos e teve uma filha, Alice Maria. O casal logo se
separou, pois as traições do engenheiro eram muito frequentes. Perdeu a guarda
da filha.
Chiquinha passou a viver só de música, de forma
independente, tocando piano em lojas de instrumentos musicais. Integrou um
grupo de choro, que se apresentava em festas. Aos 30 anos compôs a polca ‘Atraente’,
início de seu sucesso e popularidade. Passou a compor para o Teatro de Revista.
Aos 52 anos, conheceu um jovem músico de 16 anos, João Batista Lage, por quem
se apaixonou. Pra evitar o falatório dos preconceituosos, ela o adotou como
filho, pra que pudessem viver juntos. Mas logo se mudaram para Lisboa, fugindo
dos fofoqueiros. Formaram um feliz e apaixonado casal, que permaneceu junto até
os dias finais de Chiquinha.
Aos 47.
Aos passar por Berlim e ver diversas de suas músicas sendo
executadas sem seu consentimento, funda a Sociedade Brasileira de Autores
Teatrais, para proteger os direitos autorais dos músicos. Politicamente, era
uma mulher engajada, participando da campanha abolicionista e da proclamação da
república.
Aos 78.
Aos 64 anos, estreia seu maior sucesso no teatro: a opereta
Forróbodó. Foram 1500 apresentações seguidas desde sua estreia. Em toda sua
vida, compôs músicas para 77 peças teatrais e mais de duas mil composições em
gêneros variados.
Morreu em 1935, ao lado de seu grande amor, João Batista Lage, quando começava o carnaval.
Aqui no site do Instituto Moreira Salles dá pra encontrar muita coisa boa sobre ela: http://ims.uol.com.br/hs/chiquinhagonzaga/chiquinhagonzaga.html
E tmb o site oficial: http://www.chiquinhagonzaga.com/
Conheci há pouco o blog e estou adorando o conteúdo. Achei muito interessante a aba lateral conforme as áreas de atividade. Mas observei que está faltando uma profissão fundamental: a bibliotecária.
ResponderExcluirIndico uma pesquisa sobre as conquistas de Suzanne Briet, ou,no caso de uma grande bibliotecária da atualidade, Ana Virgínia Pinheiro, chefe da divisão de Obras raras da biblioteca Nacional.
Muito obrigada pelo trabalho lindo.