Formada em setembro de 2011 e contando com cerca de 10 integrantes (além de outras 15 que lidam com o trabalho técnico de filmar e editar seus vídeos que vão pra net), o Pussy Riot é uma banda punk formada por russas, que tem se recusa a tocar em casa de shows normais, armando esquemas de shows públicos, tipo guerrilha, em forma de protesto contra o presidente russo Vladimir Putin. Tudo começou quando Putin anunciou que iria se candidatar novamente, provocando pavor nas meninas que estão cansadas de seu governo corrupto.
Essas mulheres passaram a estampar as manchetes de jornais por fazer esses tais shows-protesto, sem autorização legal, e em lugares públicos. Elas se apresentam sempre de vestidos e meias, mesmo com o mais severo dos frios, usando balaclavas para esconder os rostos. Suas fontes de inspiração vão desde lutchadores mexicanos até a teórica americana Judith Butler, passando pela banda Bikini Kill e o filósofo Michel Foucault.
O negócio ficou feio em 12 de fevereiro de 2012, quando, depois de cantar dentro de uma igreja, protestando contra o governo do presidente Putin, três integrantes foram detidas. Se liga no vídeo:
O resultado do show-protesto veio no dia 17 de agosto de 2012: as três foram condenadas a três anos de prisão. A condenação deixou a maioria da população do planeta perplexa. Afinal, trata-se de botar gente na cadeia por protestar contra um regime político! Enfim, os protestos começaram a pipocar em todo o globo, onde diversos ativistas lutam para a libertação delas. Artistas como Madonna, Sting, Paul McCartney, Peter Gabriel, Björk, e o Red Hot Chili Peppers demonstraram apoio ao grupo feminino, e pediram sua libertação. Mas os músicos russos preferem ficar quietinhos, com o rabo entre as pernas.
Pra curtir o canal das minas no youtube, é só entrar aqui: http://www.youtube.com/PussRiot [o foda é que tá tudo em russo!]
O blog das minas é esse aqui: http://pussy-riot.livejournal.com/
E vale a pena entrar aqui também: http://freepussyriot.org/
A seguir, compilei uns trechos da entrevista com elas, dadas ao site Vice. Vc pode ler na íntegra aqui.
VICE: O que inspirou vocês a começarem a banda?
Kot: A Pussy Riot entrou em ação no final de setembro de 2011, logo depois do Putin anunciar que planejava ser presidente novamente e governar a Rússia brutalmente por pelo menos mais 12 anos.
Kot: A Pussy Riot entrou em ação no final de setembro de 2011, logo depois do Putin anunciar que planejava ser presidente novamente e governar a Rússia brutalmente por pelo menos mais 12 anos.
Serafima: Certo, foi aí que percebemos que esse país precisava de uma banda militante de street punk feminista que pudesse tocar nas ruas e praças de Moscou e mobilizar a energia pública contra os bandidos da junta Putinista, enriquecendo a oposição cultural e política com temas que são importantes para nós: gênero e direitos LGBT, problemas da conformidade masculina e a dominância dos machos em todas as áreas do discurso político.
VICE: Por que “Pussy Riot”?
Garadzha: Um órgão sexual feminino, que deveria apenas receber, de repente começa uma rebelião radical contra a ordem cultural que tenta constantemente defini-lo e mostrar qual é o seu lugar. Os sexistas têm certas ideias de como as mulheres devem se comportar, e Putin também tem alguns pensamentos sobre como os russos devem viver. Lutar contra tudo isso — isso é a Pussy Riot.
Garadzha: Um órgão sexual feminino, que deveria apenas receber, de repente começa uma rebelião radical contra a ordem cultural que tenta constantemente defini-lo e mostrar qual é o seu lugar. Os sexistas têm certas ideias de como as mulheres devem se comportar, e Putin também tem alguns pensamentos sobre como os russos devem viver. Lutar contra tudo isso — isso é a Pussy Riot.
Quais são as razões por trás da decisão de se manter anônimas?
Serafima: Nosso objetivo é nos afastar das personalidades em direção aos símbolos de protesto puro.
Tyurya:Trocamos frequentemente de nomes, balaclavas, vestido e papéis dentro do grupo. Alguém sai, um novo membro se junta ao grupo e a escalação em cada apresentação de guerrilha da Pussy Riot pode ser inteiramente diferente.
Qual foi o show favorito de vocês?
Garadzha: Fora o da Praça Vermelha, todas nós realmente gostamos do nosso show no telhado de um dos prédios do Centro de Detenção de Moscou, onde as pessoas foram presas depois dos protestos pós-eleição do dia 5 de dezembro. Os presos políticos podiam nos ver de dentro das celas e gritavam e aplaudiam enquanto a gente tocava “Death to Prisons — Freedom to Protest”. Os guardas e os funcionários da prisão ficaram correndo de um lado pro outro porque não sabiam como tirar a gente imediatamente daquele telhado. Eles ficaram tão assustados que ordenaram um trancamento total imediato — acho que eles pensaram que ia começar um cerco ao Centro de Detenção depois que a gente terminasse de tocar. Foi muito legal.
Garadzha: Fora o da Praça Vermelha, todas nós realmente gostamos do nosso show no telhado de um dos prédios do Centro de Detenção de Moscou, onde as pessoas foram presas depois dos protestos pós-eleição do dia 5 de dezembro. Os presos políticos podiam nos ver de dentro das celas e gritavam e aplaudiam enquanto a gente tocava “Death to Prisons — Freedom to Protest”. Os guardas e os funcionários da prisão ficaram correndo de um lado pro outro porque não sabiam como tirar a gente imediatamente daquele telhado. Eles ficaram tão assustados que ordenaram um trancamento total imediato — acho que eles pensaram que ia começar um cerco ao Centro de Detenção depois que a gente terminasse de tocar. Foi muito legal.
Renate Kuenast, parlamentar do Partido Verde da Alemanha, protesta contra a prisão das meninas do Pussy Riot (17/8/12)