Amanda nasceu em Nova York, e cresceu em Lexington, Massachusetts. No colégio esteve envolvida com o departamento de drama e frequentou a Universidade de Wesleyan onde era integrante da Eclectic Society, ela encenou performances com base no trabalho pelos Legendary Pink Dots, uma influência anterior. Formou o Shadowbox Collective, dedicado ao teatro de rua.
Amanda é feminista, sem papas na língua, bissexual e casada com o quadrinista e escritor Neil Gaiman. Já fez músicas sobre aborto, sexo, amor livre, depilação, drogas e nudez. Mais foda impossível.
música e clipe fantásticos!
A seguir, copio uma entrevista dada à Natacha Cortês, da revista TPM, em 2012.
Tpm. Você parece ser uma artista livre. Seu comportamento diante dos fãs e diante da indústria musical parece muito livre também. A impressão é que apenas faz de acordo com a sua vontade. Como é manter essa postura? Deve haver um preço a se pagar por ser assim. Amanda. Não é difícil, nem tão custoso assim. É fácil porque é o que quero, então é muito natural. Eu não queria chegar no ponto onde cheguei pra ser rica, ou famosa. Eu queria desesperadamente me conectar às pessoas, para encontrar meus amigos, minha comunidade. O dinheiro e a fama vêm, são muito bem vindos, mas eles não são o que eu procurava. Eu procurava por abraços, amor, conexão, o choro junto. Assim é fácil. A única coisa que é difícil é que também é difícil para as pessoas entenderem: minha agenda é diferente de um artista pop que só quer fazer seu dinheiro e obter uma mansão em Beverly Hills. Eu não vejo isso como um jogo que você pode ganhar. Eu acho que você só tem a ganhar quando você está dentro, feliz de fato, sentindo o verdadeiro amor, amando a si mesmo, agindo por amor. Dinheiro e fama não compram essas coisas.
Você é bissexual e tem uma relação livre e aberta com seu marido. É isso mesmo? Você ainda acredita no conceito do amor romântico? Acha que um casal pode ser feliz para sempre com uma relação sem controle e os sentimentos clichês como o ciúme? É verdade. E eu acredito no amor mais do que qualquer outra coisa no mundo. Eu amo um monte de gente, e eu odeio que me digam o que fazer. Amor e sexo são conectados, mas eles não são a mesma coisa. Eu, principalmente, acho que você precisa do amor para construir um relacionamento para ser tão honesto, tão real, tão aberto quanto possível. Mas não machucar o outro. Você deve dizer tudo um ao outro. E esse é o tipo de relação que eu sempre quis. Durante anos tive namorados que eram possessivos, ciumentos, não podiam entender como e porque eu gostava de fazer sexo com outra pessoa só pra me divertir. Neil [Neil Gaiman] não só entende isso sobre mim, mas ele celebra. Amor, se é real, pode conquistar qualquer coisa. Penso que as relações que estão apenas jogando por todas as regras são infelizes, uma vez que a comunicação é menos sobre o que as pessoas realmente querem, precisam e esperam, mas o que elas devem fazer. Não se pode comprar um conjunto de regras de relacionamento em uma prateleira. Você precisa se entregar, ser verdadeiro, se arriscar. E muitas pessoas não vão ter tempo, nem ousadia para fazer isso, porque é pode parecer assustador. Ser de verdade é assustador e demanda muita coragem.
Na canção "Map of Tasmania", do disco Amanda Palmer Goes Down Under, você fala de depilação. Mostra que não importa para uma mulher o cuidado exagerado sobre esta questão. Como é dizer isso para uma geração que está tão presa na idéia de corpos perfeitos e limpos? Você acha que a mulher hoje é livre o suficiente para não se importar tanto com a aparência? Eu acho que o grande problema que temos como mulheres é que não podemos encontrar a "área cinza", um lugar sem julgamentos. Há tanta crítica sobre o que significa você se depilar, não usar maquiagem, saltos, e tudo mais. É confuso, especialmente para as meninas mais jovens, que estão crescendo em uma cultura onde lhes é dito por um lado pra serem fortes, únicas, poderosas e pra que falem por si mesmas, e por outro lado são informadas de que há apenas um uniforme aceitável para sensualidade. Dói ver, especialmente após o quão longe chegamos nos últimos 50 anos, como mulheres. Como com muitas outras coisas, eu acredito que esta questão é escolha. Você está livre para usar botas, sapatos de salto, muita maquiagem, ou nenhuma. Depilar-se, ou deixar os pêlos crescerem. Experimentar, encontrar o seu próprio estilo. E isso deixa as pessoas malucas. Eu sempre acho engraçado quando eu uso saltos gigantes e faço penteados de estrela de cinema e depois mostro minhas axilas peludas para as pessoas. Eles agem como se não pudessem entender aquilo. Portanto, esse é um bom desafio para todas as mulheres: foda-se. Faça o que quiser. Absolutamente qualquer combinação é possível. É a única maneira de quebrar o sistema terrível no qual estamos presos: experimentando.
Para o seu novo álbum Theatre is evil, você conseguiu dinheiro através de crowdfunding. Como está sendo a experiência de fazer um álbum e promovê-lo sem a interferência das gravadoras? É um disco mais livre por isso? É totalmente livre. Eu nunca tive tanta liberdade pra fazer um trabalho. É um disco poderoso, é um disco pop, o que é uma loucura, mas é o que saiu de mim. Dançar, chorar, tudo ao mesmo tempo. Isso é o que eu queria com ele. Nós o chamamos de "cracing" (uma mistura de cry comdancing). E a banda que me acompanha é maravilhosa, só gênios. E as as críticas têm chamado este de o melhor disco que eu já fiz. Então, eu estou muito orgulhosa de todos nós. De mim, da banda, dos fãs que pagaram por isso. Eu sinto mesmo é que é Natal todos os dias.
Para o seu novo álbum Theatre is evil, você conseguiu dinheiro através de crowdfunding. Como está sendo a experiência de fazer um álbum e promovê-lo sem a interferência das gravadoras? É um disco mais livre por isso? É totalmente livre. Eu nunca tive tanta liberdade pra fazer um trabalho. É um disco poderoso, é um disco pop, o que é uma loucura, mas é o que saiu de mim. Dançar, chorar, tudo ao mesmo tempo. Isso é o que eu queria com ele. Nós o chamamos de "cracing" (uma mistura de cry comdancing). E a banda que me acompanha é maravilhosa, só gênios. E as as críticas têm chamado este de o melhor disco que eu já fiz. Então, eu estou muito orgulhosa de todos nós. De mim, da banda, dos fãs que pagaram por isso. Eu sinto mesmo é que é Natal todos os dias.
Suas letras falam sobre sexo, drogas, aborto e qualquer outro assunto, sem censura, sem pudores.
Sim. Eu acho que toda mulher tem que fazer qualquer escolha por si mesma. Tanto quanto drogas e sexo, o que for. Vou defendê-las e suportá-las. Sexo é incrível. Drogas, quando usadas sabiamente, também podem ser incríveis. Eu diria a mesma coisa sobre os três: tudo é possível, mas não seja um idiota sobre nada. Sexo, drogas e aborto podem dar errado. Aja com sabedoria. Mas faça essas escolhas sempre para si mesmo.
Você acredita que sua música é a maior potência de sua personalidade? Eu não sei. Eu tento não analisar muito a minha música. Eu sou, antes de tudo, uma artista. Uma socializadora. Uma partidária do ser humano. A música é a ferramenta perfeita para tudo o que eu tenho feito em toda a minha vida. Mas eu não gosto de me sentir amarrada por ela, ou por minhas canções. As músicas são apenas histórias, histórias de momentos. E às vezes, uma música é realmente melhor do que um telefonema para alguém. Às vezes, as músicas são uma forma de se esconder. Em outras, elas podem fazer maravilhas, ainda melhor do que uma carta de amor. Mas você nunca sabe. Seu poder é misterioso é por isso que ele é tão incrível. E disso que eu gosto. Gosto de saber que eu nunca vou saber a resposta real disso tudo. E enquanto eu não sei a resposta, a magia nunca vai embora.
Sim. Eu acho que toda mulher tem que fazer qualquer escolha por si mesma. Tanto quanto drogas e sexo, o que for. Vou defendê-las e suportá-las. Sexo é incrível. Drogas, quando usadas sabiamente, também podem ser incríveis. Eu diria a mesma coisa sobre os três: tudo é possível, mas não seja um idiota sobre nada. Sexo, drogas e aborto podem dar errado. Aja com sabedoria. Mas faça essas escolhas sempre para si mesmo.
Você acredita que sua música é a maior potência de sua personalidade? Eu não sei. Eu tento não analisar muito a minha música. Eu sou, antes de tudo, uma artista. Uma socializadora. Uma partidária do ser humano. A música é a ferramenta perfeita para tudo o que eu tenho feito em toda a minha vida. Mas eu não gosto de me sentir amarrada por ela, ou por minhas canções. As músicas são apenas histórias, histórias de momentos. E às vezes, uma música é realmente melhor do que um telefonema para alguém. Às vezes, as músicas são uma forma de se esconder. Em outras, elas podem fazer maravilhas, ainda melhor do que uma carta de amor. Mas você nunca sabe. Seu poder é misterioso é por isso que ele é tão incrível. E disso que eu gosto. Gosto de saber que eu nunca vou saber a resposta real disso tudo. E enquanto eu não sei a resposta, a magia nunca vai embora.
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E agora vamos a treta: Amanda fez um show no festival de Glastonbury, e o tablóide Daily Mail publicou uma foto onde aparece um dos seios dela. (fico pensando na nossa maravilhosa Cassia Eller mostrando os peitos no RockinRio). Enfim, é só conferir a foto da matéria pra ver o tom escroto da coisa.
O que realmente interessa é que Amanda resolveu responder diretamente o tablóide, escrevendo uma música impagável sobre o caso. Dá uma olhada no vídeo da canção, onde é idéia é "calma porra, é apenas uma mulher nua!":
Segue a tradução da canção, que eu peguei do blog Contraversão.
“Caro Daily Mail,
Recentemente fiquei sabendo
que minha última apresentação no Festival de Glastonbury recebeu uma menção carinhosa
Eu estava lá fazendo uma porção de coisas no palco incluindo cantar
(como vocês também fazem…)
mas vocês preferiram ignorar essa parte e publicar uma matéria analisando meu peito
Querido Daily Mail,
existe um negócio chamado site de pesquisa: use!
se vocês tivessem procurado meus peitos no google antes teriam descoberto
que as fotos que tiraram estão longe de serem exclusivas
aliás, vocês declaram que meu seio escapou do meu sutiã como um ladrão fugitivo
como vocês sabem que ele não estava só querendo tirar uma lasquinha do
RARO sol britânico?
Caro Daily Mail,
é tão triste o que vocês tablóides fazem
seu foco na degradação da aparência feminina arruína nossa espécie humana
mas jornalecos serão sempre jornalecos e longe de mim querer censurar
qualquer um OH NÃO
parece que meu corpo inteiro está tentando escapar deste kimono…
Caro daily mail,
bando de misógenos arrombados
cansei dessas barriguinhas de grávida, flagras de vaginas, capôs de fusca
e PINTO que é o que interessa, cadê?
se iggy ou jagger ou bowie tirarem a camisa ninguém nem liga
blá blá blá feminista blá blá blá bobeira de gênero blá blá blá
OH MEU DEUS UM MAMILO
caro daily mail,
vocês nunca vão escrever sobre esta noite
sei disso porque respondi vocês diretamente e isso faz a briga perder a graça
mas graças ao pessoal da internet o mundo todo pode ouvir esse discurso
e dividir com uma sala cheia de gente em londres
que não está bebendo kool- aid como vocês
e embora haja milhões de pessoas que aceitarão o padrão cultural que vocês impõem
Há muitas outras que estão perfeitamente dispostas a ver seios em seu habitat natural
espero ansiosa pela cobertura altamente culta de vocês sobre minhas
próximas turnês
caro daily mail
PAU NO SEU CU.
……………
Uma curiosidade: mágicos nunca revelam seus segredos, mas sou uma musicista muito feliz em revelar os meus.
O começo da melodia / a valsa foi DIRETAMENTE chupada da “Valsa para Eva e Che”, de EVITA. Weber e Rice, me processem… vai tornar isso tudo ainda mais interessante (mas falando sério, adoro Evita e era um dos meus discos favoritos quando era mais nova)
Com amor,
AFP“
E é aí que eu pergunto: tem como não se apaixonar por uma mina dessa?
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