Nesse feriado eu comprei um livro incrível da editora h. f. ullmann, chamado apenas MODA. Enfim, vou passar as próximas semanas escrevendo sobre estilistas, começando por essa que é pioneira da alta costura.
Jeanne Paquin nasceu em 1869, filha de um médico, e trabalhou quando jovem como aprendiz de costureira em Paris. Casou-se com um bem sucedido banqueiro, o que a permitiu abrir sua própria casa de costura. Enquanto o marido cuidava da administração, ela cuidava da criação. O texto a seguir eu tirei dum blog de moda:
Com a apresentação dos primeiros modelos, surgiram detalhes que chamavam a atenção, como os tailleurs com peles arrematando golas, punhos as vezes a barra; outros em sarja azul, enfeitados dos agaloes e botões dourados; peles; lingerie, vestidos para noite em branco, verde, pastel ou lamé dourado. Mereceram destaque o uso de um peculiar tom de vermelho, que se tornaria um clássico da casa e as aplicações em renda em tecidos contrastantes, além da habilidade de combinar cores. Esses detalhes, somados ao acabamento intocável e certa modernidade, anunciavam o que mais tarde seria conhecido como “grande estilo de Paquin.
De personalidade cativante e dona de um temperamento afável, sua clientela era formada por damas atrizes e cortesãs. Foi então que em 1895 ela resolveu fazer publicidade. Botou cartazes nos teatros com desenhos de suas criações, e enviou modelos vestindo suas últimas criações para a ópera e pra corrida de cavalos. Logo sua estratégia foi copiada por outros estilistas.
A Jeanne é a que tá ao centro, esquerda, com o chapéu branco.
"O primeiro mandamento da alta-costura é que a moda deve ser a nova e corresponder ao padrão de beleza e ao estilo de vida atuais. Os costureiros não ditam mudanças, mas de preferência seguem as súbitas viradas de estilo iniciadas pelas mulheres nas ruas"
E agora, pra finalizar, taqui um trecho do livro MODA. Enjoy.
"Também Jeanne Paquin, a mulher que herdou o papel de selecionar os participantes no Pavillion de l´Élégance, assinava como estilista e não como costureira e também ela nunca acrescentou nada de novo, apenas desempenhou o seu papel com muito brilho. Um manequim de cera, feito à imagem e à semelhança das suas bonitas linhas, era vestido com as melhores rendas e sedas, e a apresentação refinada fazia esquecer que a inovação não era muita. Ou seja, o que foi realmente um choque foi o facto de pela primeira vez a direção da feira de moda ter sido confiada a uma mulher, pois o mundo da alta-costura era (e é ainda) dominado por homens. E estes eram da opinião de que o corpo feminino deveria ser apertado e enchumaçado de modo a corresponder à forma ideal de uma ampulheta: no centro frágil e delicado, em cima e em baixo voluptuoso e exuberante. De perfil, a linha descrevia um "S", que poderia ser mais ou menos curvilíneo e acentuado de acordo com o espartilho e os enchumaços utilizados nas curvas"
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