quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Tina Modoti


Nascida na Itália, em 1896, Tina Modotti é uma dessas figuras únicas, que só cabem em biografias de mais de 500 páginas. Uma mulher surpreendente, dona de uma força raramente igualada. Uma artista engajada politicamente que infelizmente não teve seu trabalho devidamente difundido para a posteridade.


Enfim, importante logo de cara dizer que tudo que sei sobre a Tina vem de uma história em quadrinhos que leva seu nome, escrita e desenhada por Ángel de la Calle, que passou 15 anos trabalhando na biografia. É um trabalho extraordinário, e, se rolar um interessa pelo trabalho da Tina, recomendo fortemente a leitura desse livro.


Integrante de uma família de operários, passou fome e trabalhou numa fábrica de tecidos, até emigrar, com a família, para os Estados Unidos. Em San Francisco, Tina começa a trabalhar com encenações no teatro, óperas e até alguns filmes mudos do fim dos anos 10 e início dos 20. Paralelo a esses trabalhos, ela também posava para artistas.




Conheceu o fotógrafo Edward Weston e através dele desenvolveu uma maior familiaridade com a fotografia, desenvolvendo trabalhos também no campo das artes plásticas e no documentário. Viaja para o México para montar a exposição de seu ex-amante, o artista plástico Robo Richey que havia morrido a pouco.


No México, torna-se a fotógrafa favorita do crescente movimento de murais, documentando o trabalho de José Clemente Orozco e Diego Rivera. Tina também passa a integrar o cenário boêmio da capital, o que a aproxima de diversos líderes políticos de esquerda. Em 1927 filia-se ao partido comunista. A partir daí suas fotos ganham um forte caráter militante.





Algumas fotos da Tina

Após uma feroz campanha anticomunista no México, Tina foi expulsa do país em 1930. Passou pela Alemanha e pela Suiça, tencionando ir lutar na resistência anti-fascista da Itália. Mas essa viagem não rolou, e ela acabou indo pra Moscou. Com o início da guerra civil espanhola, Tina se muda pra Espanha, onde luta na resistência e vê muita morte e desgraça.

Em 1939 retorna para o México, com a saúde bastante abalada. Sofre um ataque cardíaco em 42 e morre dentro de um táxi que a levaria para casa. Foi enterrada com a bandeira vermelha com a foice e o martelo sobre o seu caixão, ao som da Internacional.
Tina fotografada pelo Edward Weston

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