segunda-feira, 13 de junho de 2011

Mallu Magalhães

Mallu em Madri, por Marcelo Camelo

Poucas figuras recentes da música brasileira surgiram com tamanho talento bruto quanto a jovem Mallu Magalhães, paulistana que nasceu em 1992 e que começou as aulas de violão aos 9 anos, sob influência de seu pai, fã de rock clássico. As primeiras composições vieram cedo, aos 12 anos, e aos aos 15 ela juntou uns trocados e gravou quatro músicas, disponibilizando-as em seu myspace e fazendo um baita sucesso. Uma dessas músicas é J1, que tá nesse clipe aí:


O primeiro cd pegou todo mundo de surpresa, era inegavelmente algo interessante. Com o segundo disco a evolução era visível, sendo possível antever uma grande cantora. Não só as composições são de inegável talento, quanto suas versões de músicas folk chamam a atenção pelo conhecimento musical e bom gosto das composições. E além do violão, toca também ukelele, gaita, banjo, escaleta e piano.



É meio triste ver a quantidade de pessoas que desdenham do trabalho da Mallu por pura má vontade, fazendo menção ou ao estilo pessoal dela, ou ao seu relacionamento com o Marcelo Camelo. Mas o que não se pode impedir é o seu crescimento como cantora e instrumentista, o que logo poderá ser visto com o seu novo disco.

Ah, e ela é o máximo no palco.
Pra ver o blog dela: http://www.mallumusic.com.br/

foto de Daniela Cerasoli



Marilena Chaui



Se bem me recordo, o primeiro contato que tive com a professora Marilena Chaui foi no brilhante programa Ética, que a TV Cultura exibiu nos primórdios dos anos 90. Infelizmente nunca vi nenhuma de suas aulas, mas diversos livros seus já passaram pelas minhas mãos, já que boa parte deles é leitura incontornável pra quem estuda filosofia na universidade.



Nascida em 1941, na cidade de Pindorama, São Paulo, ingressa na faculdade de filosofia da USP aos 19 anos, concluindo a graduação em 5 anos. Dois anos depois defendeu sua dissertação de mestrado, Merleau-Ponty e a Crítica do Humanismo, sob a orientação do mítico Bento Prado Jr. Depois disso, foi fazer seu doutorado sobre Espinosa na França, defendendo sua tese quatro anos depois. Mais seis anos e sua tese de livre docência estava pronta: A Nervura do Real, obra que posteriormente foi publicada pela Cia das Letras, mas que eu tenho muito medo de ler (pela complexidade e tal). Em 1987 prestou concurso e se tornou professora na USP. 



Ajudou a criar o Partido dos Trabalhadores, e exerceu a função de secretária da cultura da prefeitura de São Paulo na administração de Luiza Erundina, de 1988 a 1992. Apoiou Lula durante todos os dois mandatos e mantém apoio irrestrito a Dilma, mantendo sua fidelidade ao partido mesmo quando sob forte ataque.

Um aspecto importante sobre sua obra é que ela pode ser lida tanto por filósofos quanto pelo público em geral. Obras como Convite à Filosofia, O que é Ideologia, e sua série sobre a História da Filosofia possuem uma linguagem altamente acessível, o que se reflete no alto número de vendas.


Eva Furnari



Provavelmente vocês que me lêem certamente se divertiram à beça com os livros da Bruxinha na época da escola. Me recordo que na terceira série, quando fazíamos a visita semanal à biblioteca, os livros da Bruxinha, da Eva Furnari, eram de longe os mais concorridos.



Nascida em Roma, na Itália, Eva Furnari veio com a família para o Brasil quando tinha 2 anos. Formou-se em Arquitetura e Urbanismo na USP e dos 26 aos 31 anos foi professora de artes no museu Lasar Segall. Aos 28 anos começou a se dedicar a ilustração, ganhando em 1987 o prêmio abril de ilustração. Em 1996 começou a escrever suas próprias histórias, e hoje soma mais de 60 livros lançados. Ah, e ganhou o prêmio Jabuti 6 vezes!



Trabalhou durante quatro anos na Folha de S. Paulo, e foi lá, na folhateen, que criou sua personagem mais célebre: a bruxinha. Coloquei a seguir um vídeo dela falando sobre seu processo criativo. Vale a pena.



Eu sou um grande entusiasta de literatura infantil. E quem gosta desse tipo de livro sabe que o que mais se encontra por aí são livros simplórios e estereotipados, que não tem o mínimo respeito pela inteligência da criança. O que encontramos na obra de Eva Furnari é uma literatura que diverte e instiga a criatividade. A ausência de palavras transforma o leitor em co-autor, e há um cuidado visível tanto com o conteúdo quanto com a forma da história.

Um sucesso mais que merecido para esta autora que sabe mesclar tão bem arte, afeto e prazer.

http://www.bibliotecaevafurnari.com.br/index2.php