segunda-feira, 19 de março de 2012

Nina Simone


Hoje é dia de falar sobre a grande diva.


Nascida Eunice Kathleen Waymon, em 1933, na Carolina do Norte, Nina era a sexta filha de uma pobre família, cujo pai era trabalhador braçal e a mãe empregada doméstica e ministra da Igreja Metodista. Nina começou a tocar piano aos 3 anos de idade, na igreja.


 Aos doze anos se apresentou num recital clássico. Nessa ocasião, seus pais não puderam se sentar na frente, pois tiveram que ceder seus lugares para pessoas brancas, e foram sendo empurrados para o fundo. Nina se recusou a tocar se seus pais não tomassem bons lugares, e então eles foram novamente colocados à frente.


O empregador de sua mãe, ao ouvir o talento da pequena Nina, bancou suas aulas de piano, e também o ensino regular. Após se formar tentou entrar no Instituto Curtis pra tocar piano, mas foi rejeitada. Foi então para Nova Iorque estudar na Juilliard School of Music.


Aos 21 ela adotou o nome artístico de Nina Simone, sendo contratada pra cantar e tocar piano num bar em Atlantic City. Sua mistura de jazz, blues e música clássica conquista um pequeno número de fãs. Daí foi um passo pra gravar músicas e lançar seu primeiro single, um sucesso. A maioria dessas músicas tinha pegada pop, pois Nina precisava do dinheiro pra continuar suas aulas de música clássica.


Aos 28 ela se casou com um detetive de polícia de Nova Iorque, que depois se tornaria seu empresário, Andrew Stroud, um cara violento que espancava Nina freqüentemente.


Entre 60 e 64 lançou 9 discos, a maioria ao vivo. Em 1964 sua carreira mudou um pouco de rumo, pois o conteúdo de suas músicas mudou. Trocando a gravadora americana Colpix pela holandesa Philips, Nina Simone começa a abordar o tema da desigualdade racial, cantando músicas sobre crimes cometidos contra os negros. Várias de suas músicas foram proibidas no Sul.


Em seus shows, entre as músicas de cunho engajado, Nina mandava mensagens pró direitos civis. Apoiava todas as ações pró negros, inclusive as violentas, apoiando a idéia de os negros se armarem e formarem um estado separado – algo como o que o Malcom X pregava.



De saco cheio de todo o preconceito, Nina voou para Barbados. Seu marido interpretou isso como um rompimento, e, como seu agente, fodeu com as finanças da mulher. Quando voltou pros EUA, descobriu que havia um mandado de prisão pra ela, por impostos não pagos e por protestar contra a guerra do Vietnã. Não teve dúvidas. Voou de volta pra Barbados.


Lá, teve um caso com o primeiro ministro, mas logo mudou-se pra Libéria, na África. Depois passou pela Suiça e Holanda, até se estabelecer no sul da França, em 1992.


Durante os anos 80 Simone continuou fazendo pequenos shows, onde contava histórias sobre sua vida e brincava com o público, entre as músicas. Em 1987 a Channel usou sua música My Baby Just Cares For Me num comercial, o que jogou Nina novamente no gosto do público. Gravou com uma porrada de gente importante e voltou pra mira da fama.


Viveu de boa na França, apresentando-se em diversos países. Morreu em 2003, depois de sofrer por anos devido a um câncer de mama. 


Um comentário: